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Foto do escritorInstituto Genéve

Reflexões sobre a vida e a morte

Ao longo da vida encerramos ciclos equivalentes a "pequenas mortes", como o nosso próprio nascimento, que surge da "morte" da vida intra-uterina. À medida que a vida se faz, percebemos a alternância rítmica de ciclos de vida e de ciclos de morte, afinal, para que venha o novo, é necessário que o antigo se transforme. Cada fase do nosso crescimento implica fechar o antigo e dar passagem ao novo. Na vida de todos nós nos deparamos com eventos que trazem consigo embriões de novas direções. Esses entroncamentos de estradas assinalam que um modo de viver acabou e que um novo estilo está emergindo, cercado de nebulosidade...

Se permanecermos atentos à mensagem proveniente do nosso interior, aprenderemos a perceber que esses ciclos são previamente anunciados. Às vezes o contato com sonhos e imagens nos dá oportunidade de nos prepararmos para passar pelo desconhecido que está por surgir, o que significa enfrentar a insegurança, de não saber o que fazer com a própria energia, ciente de que algo vai emergir, mas não sabendo o que é em que direção.



Atravessar cada etapa é aprender a respeito da transformação que resulta de cada momento. Crescimento, mudança e maturação ocorrem pela deformação do antigo e pela formação do novo. Não existem marcos importantes de nossas vidas que não sejam acompanhados de sentimentos de perda, porque não existe crescimento sem finalizações e perdas.

Quando passamos pela perda concreta de alguém muito amado, a energia fica desvinculada e somos tomados por uma carga energética excessiva. Sempre que ficamos desvinculados e a energia fica solta, somos tomados por sentimentos que nos aterrorizam... A morte, como as diferentes perdas, gera liberação de energia sem direção, nem forma, intensificam a impotência e o desamparo.

A dor e o luto relacionam-se com a perda e o consequente sentimento de ser abandonado. Esse medo de ficar só assume tal proporção que, mesmo as relações interpessoais mais destrutivas, são preferíveis ao enfrentamento do vazio. A dor que não encontra um canal de expressão transforma-se em doença.

Só nos cabe arejar, dar espaço, entregar-se, viver o caos da experiência da morte, viver o nada. Só então ressurgiremos modificados. A presença constante da possibilidade de perda provoca, paradoxalmente, a urgência de viver... Não existe um jeito “certo”, “adequado” de fazer a passagem. Cada um tem o seu ritmo e o seu espaço. Ficar contrapondo aquilo que você é como aquilo que acha que deveria ser, apenas traz um desgaste a mais.



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